Caso Nery: Justiça autoriza que PMs investigados por envolvimento no assassinato de advogado voltem ao trabalho em Cuiabá
14/08/2025
(Foto: Reprodução) Os investigados Jorge Rodrigo, Wailson Alessandro Ramos, Leandro Cardoso e Wekcerlley Benevides
Reprodução
A Justiça Militar revogou, parcialmente, as medidas cautelares dos policiais militares Leandro Cardoso, Wekcerlley Benevides, Wailson Alesandro e Jorge Rodrigo, investigados pelo assassinato do advogado Renato Nery, em Cuiabá.
A decisão permite que eles retornem ao trabalho, sem o uso de tornozeleira eletrônica, e podendo portar arma de fogo. Os quatro policias foram presos em março deste ano, mas estavam em liberdade desde o fim de maio, após decisão anterior da Justiça Militar.
O documento impõe as seguintes medidas cautelares:
Recolhimento domiciliar noturno, das 20h às 6h, e nos dias de folga, salvo por motivo de força maior ou em caso de comprovado trabalho;
Entrega de relatório trimestral das atividades realizadas, com escalas de serviço;
Proibição de manter contato com vítima e testemunhas por qualquer meio;
De acordo com o Ministério Público, eles forjaram e adulteraram a cena de um suposto confronto para encobrir o assassinato do advogado. A perícia confirmou que não houve troca de tiros e apontou que as munições apreendidas eram do batalhão onde os acusados atuavam.
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Quem são e como agiram os investigados
Advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos
Divulgação
Além dos PMs indiciados, outras oito pessoas são investigadas por envolvimento direto no assassinato de Renato Nery. Veja abaixo quem são:
Caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva – atirador
Sargento da PM Heron Teixeira Pena Vieira – intermediador recebeu dinheiro, arma e contratou o Alex pra fazer executar
Empresário Cesar Jorge Sechi – mandou matar Nery por causa da disputa de terra
Empresária Julinere Goulart Bastos – mandou matar Nery por causa da disputa de terra. Ela é esposa de Cesar
PM Wailson Alessandro Medeiros Ramos - investigado por forjar confronto envolvendo arma do crime.
PM Wekcerlley Benevides de Oliveira - investigado por forjar confronto envolvendo arma do crime.
PM Leandro Cardoso - investigado por forjar confronto envolvendo arma do crime.
PM Jorge Rodrigo Martins - investigado por forjar confronto envolvendo arma do crime.
Negociações e motivo do assassinato
Advogado é baleado durante atentado em frente a escritório de Cuiabá
As investigações apontaram que a morte de Nery foi motivada por disputa de terra. Segundo a polícia, o advogado não temia morrer, mas sim perder suas terras, que tentava transferir para o nome das filhas.
O policial militar Heron confessou ter sido contratado para matar o advogado e que contratou Alex para executar Renato. Ele afirmou à polícia que recebeu R$ 200 mil para matar e, desse valor, pagou R$ 50 mil ao caseiro para a execução.
Nery foi baleado quando chegava no escritório dele, em julho de 2024. Segundo a Polícia Civil, o atirador já estava esperando pelo advogado e, após atirar, fugiu do local em uma moto. Uma câmera de segurança registrou o momento (veja acima).
Investigações
Em julho, após matar o advogado em frente a um escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, o caseiro fugiu de moto para uma chácara no bairro Capão Grande, em Várzea Grande.
O trajeto foi flagrado por diversas câmeras de segurança e no dia 8 de julho, a polícia conseguiu acesso à última imagem, que mostrava a moto a menos de 2 km da chácara. Com isso, dois dias depois, as equipes procuram a moto na região.
Segundo o delegado Bruno Abreu, a presença da polícia perto da chácara assustou os suspeitos, que tentaram simular um confronto para justificar o abandono da arma do crime e culpar outras pessoas.